Ocupação da Usina do Funil, no sul da Bahia

Cerca de mil pessoas ligadas ao CETA (Movimento dos Trabalhadores Acampados e Assentados da Bahia) ocuparam todo o espaço da Usina do Funil, localizada no Sul da Bahia, entre os municípios de Ubatã e Ubaitaba, na Br 330. O motivo da ocupação é pressionar o governo federal para atender as reivindicações apresentadas por 14 movimentos sociais baianos, do campo e da cidade, mobilizados em Salvador, Ba., pôr mais verbas para Reforma Agrária, desapropriações de imóveis rurais e urbanos, créditos, assistência técnica, energia elétrica, reforma urbana, que beneficiem milhares de famílias sem-terra, camponeses, quilombolas, pescadores e sem teto de seis diferentes regiões da Bahia e da Capital do Estado.

A Usina do Funil distribui cerca de 400 MWs de energia para três regiões estratégicas da Bahia, Sul, Sudeste e Extremo-sul, alimentando cidades do porte de Vitória da Conquista, Ilhéus, Itabuna, Jequié, Eunápolis e Teixeira de Freitas, dentre cerca de outras duzentas. Os mil ocupantes da Usina controlam toda área, cerca de 10 hectares, inclusive as guaritas, antes ocupadas pelos seguranças de uma empresa terceirizada contratada apela Chesf. Homens, mulheres e crianças circulam livremente pela estreita barragem do lago e comportas, e pelos corredores do pátio dos transformadores de alta tensão, que, segundo operadores da CHESF, pôr nós entrevistados, podem eletrocutar várias pessoas em caso de descuido ou acidente.

Os trabalhadores exigem a mediação do Incra e o atendimento de suas reivindicações pelos ministérios do Desenvolvimento Agrário, das Cidades e de Minas e Energia para aceitarem desocupar a Usina, bem como a sede desta autarquia em Salvador. Os ocupantes da Usina do Funil afirmam que toda negociação será feita com os representantes do CETA e dos demais Movimentos que ocuparam , no mesmo dia, a Sede da Superintendência Estadual do Incra/ MDA, em Salvador.

A gerência Estadual da CHESF foi informada no início da manhã do ocorrido. Cerca de 50 funcionários da Usina, do turno de trabalho que inicia-se às 8:00 h, não puderam ter acesso à empresa. Todos os acessos estão tomados pelos trabalhadores que têm permitido a substituição, apenas parcial dos operadores da área de distribuição de energia.

 

Fonte: http://midiaindependente.org/pt/blue/2005/04/313451.shtml

 

Em 03/05/2013